Há muito tempo que Maria
Clara não sonhava. Não sabia se algum caçador de sonhos tinha passado pelo seu
coração, ou se este se esvaziara com o tanto que sonhara antes.
Chamava o sono com
doçura, na esperança de que lhe trouxesse histórias mágicas, onde se embalasse,
favorecendo-lhe o decorrer dos dias, tão iguais e desimportantes.
Um dia, viu um anúncio de
uma escola de dança. Quem sabe dançar não os traria de volta?
E foi assim que Maria
Clara, embalada em braços desconhecidos, começou a sonhar de novo.

