Unha vez tiven un cravo
Unha vez tiven un cravo
cravado no corazón,
i eu non me acordo xa se era aquel cravo
de ouro, de ferro ou de amor.
Soio sei que me fixo un mal tan fondo,
que tanto me atormentóu,
que eu día e noite sin cesar choraba
cal choróu Madalena na Pasión.
“Señor, que todo o podedes
-pedínlle unha vez a Dios-,
dáime valor para arrincar dun golpe
cravo de tal condición”.
E doumo Dios, arrinquéino.
Mais…¿quén pensara…? Despois
xa non sentín máis tormentos
nin soupen qué era delor;
soupen só que non sei qué me faltaba
en donde o cravo faltóu,
e seica..., seica tiven soidades
daquela pena…¡Bon Dios!
Este barro mortal que envolve o esprito
¡quén o entenderá, Señor!…
Rosalía de Castro
Ah, aquela dor tão funda que de lágrimas nos enche os olhos e de penas o coração! Quando a temos não a queremos, quando a perdemos falta-nos! Volúveis que somos, nós, mortais...
Provavelmente, porque é na dor, mais do que na alegria, que o coração pressente a beleza em toda a sua plenitude.
ResponderEliminarUm beijinho, Maria
Deveras, Miss Smile!
EliminarBeijos e bom fim-de-semana. :)
Posso subscrever o comentário da Miss Smile?
ResponderEliminarBeijinho e bom FDS, Maria
Claro que sim, Carlos!
EliminarBeijos e um excelente fim-de-semana para ti, também. :)
"Quando a temos não a queremos, quando a perdemos falta-nos!"
ResponderEliminarNão falas, de certo, do que demora e custa a conquistar... quanto ao poema, desisti de Deus
É o ser mais cego, surdo e mudo que existe neste mundo quando o tema são os nossos cravos
Falo de qualquer dor. Às vezes, estamos tão cheios dela que, indo-se, nos falta.
EliminarDeus? Está no poema.
Beijos, Rogério. :)
Mas que agonia.
ResponderEliminarMas deu um poema lindíssimo, essa agonia. :)
EliminarBeijos, S*zinha. :)
Somos assim mesmo e não há nada como o evitar.
ResponderEliminarLindo o poema.
Boa noite.