Era uma vez um país muito pequenino, onde viviam 10 números: o zero, o um, o dois, o três, o quatro, o cinco, o seis, o sete, o oito e o nove. Eram todos muito felizes até o zero ouvir dizer entre dentes, ao dois, "este é um zero à esquerda". Não sossegou enquanto não se juntou ao um. À direita, claro. Dez era um número maior do que todos os outros e ambos ficaram felizes com o acordo. Um dia, enquanto dormiam, uma vírgula do país vizinho, o da pontuação, veio de mansinho e meteu-se entre os dois. Ficou apoplético, o zero, quando acordou e viu a invasora. Então agora valia zero de novo? E, ainda por cima, o um ficava na mesma? Mal a noite desceu, mudou-se para a esquerda da vírgula. Zero vírgula um!
Nem se deu conta de que voltara a ser um zero à esquerda.
Genial Maria,
ResponderEliminarA diferença que faz uma vírgula na quantificação do número e na interpretação de um linha.
Beijinhos
Muito obrigada, Sandra. Uma diversão!
EliminarBeijos. :)
O Rogérito, um miúdo nosso conhecido, apareceu-me muito esmorecido e perguntou-me
ResponderEliminar"isto é comigo?"
Lá lhe expliquei aquilo que sei
e ele prometeu-me que lhe iria dedicar uma redacção, sem virgulas nem pontuação
(texto giro!)
O Rogerito, um zero??? Jamais! :)
Eliminar(obrigada)
Beijos, Rogério. :)
Fantástico!!! ahahahahah
ResponderEliminarObrigada! :))))
EliminarBeijos, noname. :)
Impressionante...!
ResponderEliminarMas de todos os zeros à esquerda, o pior é o de ser na vida de alguém!... rsrsrs
AbraçO
:)))) Sem dúvida, Nidja!
EliminarBeijos. :)
Há que ter muito cuidado quando se muda de casa, é bem verdade. Decimal ou não :)
ResponderEliminarEa trabalheira que dá, hein? ;)
EliminarBeijos, Ness. :)
Querida Maria Eu,
ResponderEliminarGiríssimo. O que eu gosto de ler textos que me deixam bem-disposto. Para mais, imaginando a graça que lhes achou, também, quem os escreveu.
Bom dia,
Outro Ente.
Muito obrigada! Diverti-me mesmo a dar estas reviravoltas ao zero. :)))
EliminarBeijos, caríssimo Ente, e uma boa tarde. :)
Muito bom :)
ResponderEliminarObrigada! Diverti-me... :)
EliminarBeijos. :)
Gostei muito. Posso deixar ficar este de Manuel António Pina, cujo zero tem outras ambições?
ResponderEliminar"A triste história de um zero poeta"
Numa certa conta havia
um zero dado à poesia
que tinha um sonho secreto:
fugir para o alfabeto.
Sonhava tornar-se um O
nem que fosse um dia só,
ou ainda menos: só
o tempo de dizer: «Oh!»
(Nos livros e nas selectas
o que mais o comovia
eram os «Ohs!» que os poetas
metiam nas poesias!)
Um «Oh!» lírico & profundo,
um só «Oh!» lhe bastaria
para ele dizer ao mundo
o que na alma lhe ia!
E o que na alma lhe ia!
Sonhos de glórias, esperanças,
ânsias, melancolia,
recordações de criança;
além de um grande vazio
de tipo existencial
e de uma caixa que o tio
lhe pedira para guardar;
e ainda as chaves do carro
e uma máscara de entrudo...
Não tinha bolsos, coitado,
guardava na alma tudo!
A alma! Como queria
gritá-la num «Oh!» sincero!
Mas não passava de um zero
que, oh!, não se pronuncia...
Daí que andasse doente
de grave doença poética
e em estado permanente
de ansiedade alfabética.
E se indignasse & etc.
contra o destino severo
que fizera dele um zero
com uma alma de letra!
Tanta ambição desmedida,
tanto sonho feito pó!
E aquele zero dava a vida
para poder dizer «Oh!»...
(in Pequeno Livro da Desmatemática)
Espero não ter sido demasiado atrevida.
Beijos,
Mia
Atrevida, porquê, Mía? Tenho uma grande admiração pelo Pina. Estou a ver, do lugar onde me sento, alguns livros dele. :)
EliminarObrigada e um beijo. :)
A relatividade da vida.
ResponderEliminarUma metáfora pertinente.
Beijo
Vales o que quiseres valer.
EliminarBeijos, Pérola. :)
Transpondo isso para a vida, triste a do zero, coitado, por muito que queira e tente, não consegue passar de um zero à esquerda..
ResponderEliminarGostei :)
Talvez fosse melhor dar-se o devido valor e não dar ouvidos às tricas.
EliminarBeijos, GM, e obrigada. :)
Talvez fosse melhor dar-se o devido valor e não dar ouvidos às tricas.
EliminarBeijos, GM, e obrigada. :)