Tinha 18 anos quando João morrera. Não sabia ainda da dor da perda física e de como se estranhava, atingindo o peito como uma bala explosiva, causadora de ferimento maior.
Fora logo pela manhã. Tinha acabado de se sentar na cozinha, o café com leite quente, na chávena de flores da Vó Zira, ainda intocado. A Tia Manecas dizia palavras cinzentas na manhã clara e nada as podia fazer voltar atrás!
Demorou a acreditar na mensageira de tamanha desgraça. Ainda Domingo o calor das mãos dele, do João, do seu João, tinha aquecido as suas, subrepticiamente, no final da missa. Nem um beijo sequer haviam trocado.
Tinha 18 anos e julgou nunca mais amar.
(Cigarretes After Sex - Cry)
Cigarettes After Sex e Sufjan Stevens são os meus must hoje em dia.
ResponderEliminarGosto muito!
EliminarBoa Páscoa, Pedro!
Beijinhos
Em três parágrafos contas uma história plena de vida de verdade. Encanta o desfiar da narrativa pelas imagens impressivas.
ResponderEliminarE vamos. E vou percorrendo os dias de mãos quentes procurando senti-los à minha maneira não vão elas arrefecer com alguma bala das tais que abrem um "fu'inho" no peito e deixam em homem destroçado. Pronto para o arrefecer do sono.
Saúde, Amiga, beijo.
Logo vou ouvir.
É mesmo isso, Agostinho! Vamos tentando tapar esses "fuinhos"...
EliminarMuita saúde para ti também e boa Páscoa!
Beijinhos
Uma pequena narrativa a dizer tanta emoção, num texto magnífico que li e reli com imenso gosto.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Muito obrigada, querida Graça!
EliminarBeijinho e boa Páscoa!
Olá Maria, gostei imenso desta tua narrativa, que me leva a lembrar sentimentos mais profundos que estão guardados no meu interior. É muito bom estares novamente aqui em 2024;)
ResponderEliminarTodos temos um pouco dos outros, não é, Legionário?
EliminarObrigada pelo carinho!
Espero que a tua vida se esteja a "resolver".
Beijinhos